Partido com maior número de políticos investigados na operação Lava Jato, o PMDB vinha ameaçando sistematicamente pular fora do governo, caso este não acatasse suas vontades e lhe desse ainda mais cargos.
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Na festa de Natal que organizou para os amigos golpistas, Temer conversou longamente com Fernando Collor. "É a vítima dando lições para algoz", afirmou um dos convidados, senador Paulo Bauer do PSDB. Estavam também na festinha, Aécio Neves, José Serra e Ronaldo Caiado.
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Em Abril, Temer vazou um áudio do WhatsApp onde antecipa seu discurso pós-golpe. Na certeza do impeachment, os golpistas elogiaram o vazamento. A mídia internacional, por outro lado, classificou Temer como "ejaculador precoce".
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Temer entrou com um pedido para que suas contas de campanha fossem julgadas separadamente das contas da Dilma no TSE — assim, caso o TSE julgue a chapa culpada, Temer e o PMDB não seriam cassados. Temer afirma que só o PT teria se beneficiado do suposto esquema. No caso, o dinheiro doado para o PT teria sido fruto de propina e o dinheiro doado para o PMDB teria sido fruto do amor das empreiteiras pelo partido mais investigado pela Lava Jato.
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A maior parte dos passos pós-golpe estão ligados ao projeto do PMDB chamado "Uma Ponte Para o Futuro". Estamos falando de um retrocesso sem precedentes nos ganhos sociais conquistados com muita luta nas últimas décadas. Leia o projeto na íntegra e tire suas próprias conclusões.
Lá estava Temer, feliz da vida no dia do Golpe Gospel. Mas, acredite ou não, ele estava rindo da sua cara que apoiou o golpe, não daqueles que traiu.
Depois do Senado desferir sua parcela do golpe, Temer torna-se presidente ilegítimo e apresenta para o país o primeiro ministério sem mulheres desde Geisel. Basicamente, homens brancos — incluindo 7 investigados da Lava Jato, conferindo-lhes foro privilegiado (os jornais "esqueceram" de noticiar esse detalhe).
Pouco depois de assumir a presidência interina, o golpista Michel Temer aleija um dos símbolos do governo Dilma. Além de mudar o nome do Minha Casa Minha Vida, Temer decide que o programa deixará de receber recursos do Tesouro Nacional, para subsidiar as casas das famílias mais pobres (na faixa 1, com renda de até R$ 1.800; e na faixa 2, com renda de até R$ 3.600).
No áudio vazado com a ejaculação precoce de Temer, muito foi dito sobre os "sacrifícios" aos quais a população brasileira precisará se submeter para "vencermos a crise", mas nada foi mencionado sobre a Lava Jato ou sobre o fato dele mesmo ter sido citado em delação premiada.
O "Uma Ponte Para o Futuro" propõe limitar o Pronatec apenas para a camada mais pobre da população, reduzindo drasticamente seu escopo. Propõe também limitar os empréstimos estudantis do Fies sob a desculpa de tornar o programa social mais "meritocrático".
Todo mundo sabe que o programa Mais Médicos nunca foi engolido pelo PMDB, pela oposição ou pelas entidades médicas. Recentemente, a Associação Médica Brasileira declarou apoio ao impeachment e o Conselho Federal de Medicina arregaçou as mangas para colaborar com o golpe.
No áudio da ejaculação precoce, Temer jura não ferrar muito o Bolsa Família, mas não entra em detalhes sobre os demais programas sociais. O "Uma Ponte Para o Futuro", por outro lado, planeja miniaturizar nossa política social, reduzindo seu escopo aos 10% mais miseráveis, que vive com menos de 1 dólar por dia.
Não é por acaso que Temer começa o áudio da ejaculação precoce se dirigindo quase que exclusivamente ao empresariado brasileiro. O programa "Uma Ponte Para o Futuro" aponta para um futuro onde os direitos trabalhistas serão severamente podados em nome da "modernização".
Assim o ciclo se fecha e o problema que deu origem à tragédia da Lava Jato se relegitima, dessa vez como farsa.